Um dos destaques televisivos do ano que passou foi a microssérie de Luiz Fernando Carvalho e escrita por Euclydes Marinho, Capitu. Uma mistura entre a prosa clássica e o estilo pós-moderno, a representação com ares de teatro e uma preocupação clara em inovar, fugir dos padrões "Globais" que resultou num projeto gráfico aclamado.
A homenagem a Machado de Assis começou com o projeto Mil Casmurros, onde qualquer pessoa poderia escolher seu trecho da obra, gravar e enviar para o site. O último trecho foi enviado no mesmo dia em que a série foi ao ar, completando assim a trajetória.
A história entre Capitu e seu amigo, amor e algoz Bentinho sofreu uma releitura que pôde ser vista nos cenários, figurino e caracterização dos personagens. Ela também refletiu principalmente no filme de abertura e nas cartelas, as pequenas passagens que entitulavam cenas e capítulos, como no livro.
O projeto é da Vetor Zero em parceria com a Lobo que também já produziram material para outra minissérie da Globo, Pedra do Reino.
Assim como mostra o vídeo, a abertura reúne papéis rasgados, montagens sujas e amareladas numa mistura confusa do que caracteriza a obra e o que se procura passar com a série. Feita a partir da técnica de stop motion, o filme resume a estética que o público irá ver viu nos capítulos.
O foco das cartelas é a riqueza tipográfica que, com a narração, criou um diferencial da série. Quem já leu o livro comenta que a minissérie serviu para coroar a obra, esclarecer as dúvidas que Machado de Assis sutilmente depositou dentro da cabeça dos leitores.
Outro fator digno de nota que só não perde pra abertura, foi a escolha da trilha sonora da trama. Partindo da canção "Elephant Gun" da banda Beirut, até clássicos do Queen, Sex Pistols e Ramones. Tudo parece cair como uma luva, a cada cena.
Depois de elogios da crítica me pergunto o que Machado de Assis teria achado dessa interpretação de sua história.
3 comentários:
adorei esse seu posts, abraço meu amigo!
Oi Ed!
Obrigada pela visita e pelo elogio :)
Super bacana !